Fazer o levantamento dos equipamentos existentes em mais de 14 mil quilómetros de vias rodoviárias pode parecer à partida uma tarefa hérculea. Foi esse o trabalho efectuado pela Estradas de Portugal (EP) num projecto onde as tecnologias de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) móveis tiveram um papel fundamental.
Previsto no Plano Estratégico de Sistemas de Informação 2009-2012 da EP, este projecto tinha como principal objectivo efectuar o inventário do conjunto de equipamentos existentes na Rede Rodoviária Nacional, equipamentos esses que incluem taludes, iluminação ou marcos quilométricos, entre outros. Toda esta informação teria depois de ser integrada num único plano geográfico.
Com o recurso a tecnologias de SIG móveis o organismo conseguiu substituir um processo assente na utilização de papel e na introdução de dados de forma manual, por um procedimento automatizado, reduzindo assim o risco de erros no levantamento da informação. Desta forma as equipas da EP conseguiram automatizar a inventariação dos equipamentos ao introduzir e actualizar os dados mais rapidamente na plataforma Empresarial de SIG do organismo, de forma bidireccional.
Para a execução deste projecto foi desenvolvida uma Plataforma Móvel de SIG comum da EP, capaz de simplificar a execução de tarefas mais complexas e pouco intuitivas dentro da organização. Esta plataforma permitiu à empresa responsável pela Rede Rodoviária Nacional ficar com uma solução que reunia num equipamento móvel um receptor GPS, uma câmara fotográfica e o respectivo projecto de SIG Móvel.
Tecnologias utilizadas
Desenvolvido em parceria com a Esri, o principal resultado deste projecto de SIG móvel da EP foi o EP-GeoEventos Mobile, um sistema assente numa estrutura modelar de tabelas geográficas SDE sobre Oracle, que foram alvo de diversas parametrizações, através da atribuição de domínios e subtipos, conforme especificidades e particularidades de cada evento rodoviário, objecto de levantamento. Esta solução modular foi essencial para simplificar e optimizar o preenchimento dos dados, diminuir os erros de edição e garantir a convergência de eventos por tipologia.
Já a plataforma ArcMap 10.0 permitiu definir as atribuições de escalas, simbologias, anotações, ou outros ajustamentos necessários à composição do projecto, através dos quais foi possível garantir a usabilidade dos dados e a performance aplicacional. Nesta vertente, a tecnologia baseia-se em dois grupos de camadas: «Operational Map Layers», que reúne as camadas de edição em ambiente móvel, e «Base Map Layers», que integra as camadas estáticas de apoio e suporte à correção na edição.
Principais resultados
Um dos principais resultados que surgiu com a aposta nas tecnologias de SIG móveis por parte da EP foi a possibilidade de o levantamento da informação ter passado a ser feita em tempo real, o que fez com que também as actualizações ficassem diponíveis em pouco tempo na plataforma de SIG da organização.
Para Carlos Santinho Horta, Director da Direcção de Construção e Manutenção da EP, «o recurso à tecnologia SIG Móvel foi fundamental no projecto do Inventário dos Equipamentos da Estrada, pois, para além de dar o suporte operacional ao registo dos eventos, no terreno, numa base georreferenciada, comportou várias vantagens, como a eliminação do erro de transposição, a rapidez e facilidade do registo, com base em cartografia pré-existente (ortofotomapas) e a disponibilização imediata dos dados».
Carlos Santinho Horta acrescenta que «actualmente pretende-se implementar uma estratégica para as inspecções de Rotina em campo, apoiadas no equipamento SIG Móvel, para todos os Componentes da Estradas, sejam os Pavimentos, os Equipamentos, as Obras de Arte ou Obras de Contenção. O desafio que se coloca neste caso é aliciante, integrando numa mesma plataforma a intervenção de diferentes Serviços, com ganhos de eficácia no desempenho, mas respeitando as metodologias e sistemas de gestão que existem na empresa».
Fonte: iGOV
No comments:
Post a Comment
Bia Lanza agradece o seu comentário.