O funcionamento é simples. Ao ver algum problema na cidade, o cidadão faz uma espécie de relatório da questão por meio do site ou do aplicativo para celular. Descreve o que lhe incomoda e, se quiser, anexa fotos e aponta o local no mapa. Não é preciso de cadastrar para enviar alertas.
Segundo a empresa, a opção de cadastro permite o anonimato, o que em alguns casos, como denúncia de tráfico de drogas ou mau serviço policial, pode ser essencial.
Feita a reclamação, que é replicada em redes sociais, outros usuários podem votar na “causa”, pedindo solução e adicionando comentários a ela. Os trabalhos feitos para resolver a questão também podem ser acompanhados pela ferramenta. Os usuários ganham pontos de acordo com sua atividade no site, o que, de acordo com a companhia, estimula a participação.
Um moderador e um mecanismo eletrônico buscam evitar boatos e floods [mensagens exageradas sobre o mesmo tema], para manter a credibilidade e a usabilidade do site e do aplicativo.
As prefeituras associadas recebem uma mensagem sobre o assunto e podem enviar uma equipe para averiguá-lo. Os governantes também interagem com os cidadãos por meio do site do aplicativo para fazer esclarecimentos e avisar sobre soluções.
Financiamento
A empresa se financia vendendo o serviço de intermediação ao poder público e exibindo anúncios aos usuários. O custo varia de acordo com as modalidades contratadas pela prefeitura. Os governantes associados recebem os alertas enviados pelos moradores e podem dialogar com eles e apontar o que está sendo feito para dar fim ao problema. “O dinheiro, no fim, economiza recursos públicos, pois evita desperdícios e é aplicado no que o cidadão elegeu como prioridade”, afirma Kevin Donohue, gerente de Comunidade da SeeClickFix. “O site também permite intervenções em infraestrutura antes de eles se tornarem mais graves, o que poupa tempo e dinheiro dos moradores e do poder público”.
Outra fonte de recursos é a mídia. Cerca de 700 sites, entre eles de grandes veículos como o New York Times, pagam para receber os relatórios feitos pelos moradores e fazer reportagens ou emitir pequenas notícias para seus leitores sobre possíveis congestionamentos, por exemplo. Os veículos de comunicação também podem instalar widgets gratuitos em seus sites replicando as informações do SeeClickFix, mas precisam permitir anúncios nesses espaços. Uma versão sem propaganda é oferecida, com custos.
Os exemplos de uso da ferramenta são variados como os problemas de uma cidade. De Dallas, por exemplo, o usuário “Andy” reclamou do tempo de abertura de um sinal de trânsito em um dos principais cruzamentos da cidade. A causa ganhou força e, quatro dias depois, a prefeitura ajustou o intervalo. “Realmente melhorou desde o meu comentário”, afirmou o cidadão.
Já Chicago, a maior envolvida com a empresa, desde outubro utiliza o aplicativo para melhorar seu serviço 311, número telefônico utilizado nos EUA para reportar problemas não emergenciais. “É uma nova forma de melhorar a prestação de serviço, aumentar a accountability do governo e a qualidade de vida da população’, elogiou o prefeito Rahm Emanuel no lançamento da parceria.
A empresa afirma que 65% dos alertas são resolvidos, o que considera um bom índice. “À medida que as respostas do poder público aumentam, os cidadãos naturalmente ficam mais propensos a reportar novos problemas, pois percebem que sua voz é escutada”, afirma Donohue. “Se o ciclo de feedback não se fecha, as pessoas param de participar.”
Para o gerente, a ferramenta se mostrou útil não só para aumentar a comunicação com o poder público e a cobrança sobre ele, mas também para aumentar a interação entre moradores de uma localidade. “Gostamos de dizer que apontar um buraco no asfalto pode ser a porta de entrada para o engajamento cívico”, diz.
Publicado em19 de dezembro de 2012, por Marcelo Medeiros.
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